Associadas da ANPEd passarão a assumir cargos no novo governo federal a partir de convites e nomeações recentes de segundo e terceiro escalões nos ministérios e secretarias especiais. Nomes de destaque do meio acadêmico passam a indicar o maior reconhecimento e presença da pesquisa em educação em Brasília e nas políticas públicas que estarão em curso. Ex-presidenta da ANPEd, Dalila Oliveira (UFMG) responderá pela diretoria de Cooperação Institucional, Internacional e Inovação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Suzana dos Santos Gomes, também da FAE UFMG e pesquisadora do GT 04 (Didática), comandará a diretoria de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Já Márcia Serra, do GT de Currículo, assume a Diretoria de Educação Básica da Capes.
Dayana Brunetto (UFPR), do GT 23, foi convidada a assumir a coordenação geral da Secretaria Nacional LGBTQIA+, para trabalhar junto a Symmy Larrat (Secretária Nacional de Promoção de Defesa das Pessoas LGBTQIA+) e do ministro Silvio Almeida. Na equipe da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI), que foi recriada, deverão estar Maria do Socorro Nunes (UFSJ), na coordenação de Alfabetização de Jovens e Adultos, e Cláudia Borges Costa, também do GT de EJA da Associação.
Segundo Dayana Brunetto, a ocupação desses espaços institucionais do governo federal atual pela pesquisa em educação é de extrema importância, pois se soma na luta política, social, ética e democrática por um país para todas/es/os. “É também um desafio, pois o que estamos encontrando é terra arrasada. Mas isso só fortalece o nosso compromisso ético-político com a construção coletiva de um país melhor, que acolha e respeite as vidas de todas as pessoas.” Especificamente sobre a coordenação que assumirá, Brunetto frisa que isso vai ao encontro de uma reparação histórica de todos os ataques a que a educação pública, mas principalmente as discussões, pesquisas e formações em gênero e sexualidade sofreram nos últimos quatro anos. “Assumo o desafio e me somo à secretária Symmy Larrat e sua equipe, e ao ministro Silvio Almeida para tornar a vida da população LGBTQIA+ brasileira uma vida sem violências e com acesso aos direitos humanos fundamentais.”
Para Socorro Nunes, o diálogo com as universidades é fundamental para a construção de políticas públicas, em qualquer área, lembrando que mais de 90% da pesquisa no país é feita nas instituições públicas. “Esse convite é um reconhecimento de que o conhecimento científico é o que deve embasar as políticas públicas.” Segundo a pesquisadora, a Alfabetização é uma das áreas mais pesquisadas na Educação, com acúmulo de produção. “Teremos que entender, por exemplo, o que significa ainda hoje termos quase 7% de jovens e adultos analfabetos, como olhar esses dados e fazer política pública”, explica. “Ficarei responsável também por construir diálogos com a sociedade civil, movimentos sociais e pesquisadores, reconstruir e retomar políticas públicas que estavam paralisadas e de fato ir mais longe.”
Como as equipes ainda estão em formação, há expectativa de que outros pesquisadores também sejam convidados a trabalhar na reconstrução social do país. A ANPEd também seguirá, através da presidenta Geovana Lunardi, no Conselho de Participação Social e no Sistema de Participação Social Interministerial. A ex-presidenta da ANPEd Marcia Angela Aguiar (UFPE) também estará à frente da Fundação Joaquim Nabuco.
Fonte: Anped.